Primeiro laboratório certificado para calibração de anemômetros

O Ceará terá o primeiro laboratório certificado para calibração de anemômetros. Os anemômetros são instrumentos que servem para medir a direção e indicar a velocidade dos ventos e estão instalados em cada um dos aerogeradores dos parques eólicos espalhados pelo mundo.

O instrumento é fundamental para o desempenho do equipamento que gera energia a partir do vento, mas ele precisa ser calibrado ao ser comprado e também a cada dois anos. Por causa da ausência de um laboratório certificado no Brasil, o custo para enviar os anemômetros para países como Alemanha e Espanha acabava obrigando os empresários a comprar novos anemômetros, o que valia mais a pena. Agora, por aproximadamente 50% do custo, o serviço será feito aqui mesmo, bem ali no Itaperi, no campus da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

O laboratório Túnel do Vento, do Centro de Energias Alternativas e Meio Ambiente (Cenea) e subsidiado por 1 milhão de reais do Ministério de Minas e Energia, repassado por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia do governo do Estado, será apresentado durante a edição 2011 do All About Energy, evento que discutirá energias renováveis no dia 5 de julho, em Fortaleza.

De acordo com Adão Linhares Muniz, diretor do Cenea e presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Estado do Ceará, existem laboratórios como o Túnel do Vento no Brasil, mas como o objetivo deles sempre foi voltado a outras áreas de pesquisa, nenhum deles se preocupou em buscar a certificação. “O preço de um anemômetro é aproximadamente  200 reais e custa mais  800 reais para calibrar, fora a postagem e os impostos”, explicou. No equipamento daqui, a calibragem deve custar em torno de 500 reais, recurso que será investido no laboratório.

Túnel de Vento

O laboratório não faz somente a calibração dos anemômetros. “Fazemos estudos para o setor automotivo testando, por exemplo, a reação de força do vento no parachoque do carro”, lembrou. O laboratório também pode fazer testes como no caso de um vazamento numa usina atômica para saber para onde o vento levaria a radioatividade ou ainda o impacto na temperatura da cidade com a construção de prédios na orla. “Mas o propósito especifico dele foi mesmo de calibrar anemômetro”, ressaltou.

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