Enxerto ósseo: o fim das dentaduras

Técnica da implantodontia desenvolvida na década de 60 alcança novos horizontes e conquista espaço em consultórios de todo o país

Segundo dados do último censo realizado pelo IBGE, 75% da população idosa no Brasil possuem graves problemas dentários, e a falta de dentes é a causa mais agravante. Para corrigir este problema, a maioria das pessoas utiliza as próteses totais removíveis, popularmente conhecidas como dentaduras. Entretanto, desde meados da década de 80, o enxerto ósseo vem ganhando espaço nos consultórios do país.

A técnica - realizada para aumentar a altura e a espessura do osso, possibilitando a colocação de implantes em pessoas que perderam seus dentes - foi desenvolvida pelo Dr. Per-Ingvar Branemark, em 1965, na Suécia. Nela, parafusos de titânio com biocompatibilidade com os tecidos humanos são implantados na arcada dentária. A partir disso, quatro tipos de enxertos podem ser aplicados:  autógenos (tecido ósseo próprio), homógenos (banco de tecidos humanos), alógenos (matriz óssea bovina) e o precursor ósseo (material sintético).

“Deve haver um bom diagnóstico do tipo de defeito ósseo para que no planejamento possa ser indicado o melhor material a ser utilizado”, explica o cirurgião-dentista Luís Eduardo Padovan, consultor científico da Neodent – maior empresa da implantodondia da América Latina. “Hoje, com o avanço nos biomateriais, os enxertos são colocados sem a necessidade de incisões e suturas, e o auxílio de softwares específicos e da indústria tecnológica tem colaborado muito com os profissionais da área”, completa.

Para o futuro, o Dr. Luis Eduardo Padovan considera que as substituições ósseas devem ser mais utilizadas. “Este poderá ser o caminho a ser trilhado junto com as células-tronco, tornando os procedimentos menos invasivos e de resultados favoráveis. Cabe ressaltar a necessidade de mais pesquisas e de acompanhamento do uso desse material, tornando-o mais acessível à população”, afirma. Apesar disso, Padovan destaca: “Os implantes fabricados no Brasil, com alta qualidade e com preços menores que os importados, proporcionam a uma maior parcela da população terem acesso à técnica”. 

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