Solução para a poluição sonora: barreiras acústicas ao redor das rodovias
Obrigatoriedade de instalação de barreiras antirruído para solucionar problema será discutida em seminário na Câmara Municipal, em 30 de maio.

O barulho do tráfego é problema para quem vive próximo às rodovias que cortam a cidade de São Paulo. Na capital, onde algumas das vias mais movimentadas do país passam bem ao lado de áreas residenciais, uma das soluções para atenuar os altos níveis de ruído é a instalação de barreiras acústicas ao redor das pistas. Trechos do Rodoanel e da rodovia dos Bandeirantes já contam com sistemas de contenção, que deverão também ser implantados na Nova Marginal Tietê.

Na próxima segunda-feira (30 de maio), seminário na Câmara Municipal irá discutir a obrigatoriedade da instalação dessas barreiras de proteção acústica em rodovias que passam pelo perímetro urbano de São Paulo. Intitulado ‘Ruído e Saúde Pública’, o evento terá a presença de José Police Neto, presidente da Casa, do vereador Juscelino Gadelha, autor do projeto de lei de número 853/2007, que dispõe sobre o tema, e de especialistas em acústica, saúde, meio ambiente e direito.

Um dos participantes, o Doutor em Engenharia e diretor técnico da IEME Brasil, Marco Juliani, explica que as barreiras antirruído são soluções muito comuns no Japão, nos Estados Unidos e em países da Europa. No Brasil, somente nos últimos anos é que elas começaram a ser disseminadas como solução para atenuar a poluição sonora no entorno de vias de tráfego intenso. Segundo Marco, não raro medições nesses locais resultam em índices acima dos estipulados por normas técnicas brasileiras.

Em abril, técnicos da IEME Brasil realizaram medições de ruído em regiões lindeiras à Rodovia Raposo Tavares. Em todos os horários e pontos de medição, os valores médios de ruído atingiram valores médios superiores a 60 decibéis (o limite indicado em residências é de 45 decibéis). Na EMEF Roberto Mange, por exemplo, no Km 15 da rodovia, o valor médio chegou a 70 decibéis e o pico de barulho a 74 decibéis.

“Os resultados indicam que a população dessas regiões está exposta a problemas de saúde decorrentes da exposição contínua a ruídos, tais como irritação, insônia, distúrbios auditivos, doenças cardiovasculares e mentais, entre outras”, observa o engenheiro.

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