Empresa americana transforma glicerina em espuma de poliuretano

O que fazer com toda a glicerina produzida durante o processo de transesterificação tem sido uma das grandes angustias do setor de biodiesel. A cada 10 litros de biodiesel, um litro de glicerina é produzido. Isso significa que, só no ano passado, cerca de 235 milhões de litros de glicerina foram produzidos pelas usinas de biodiesel. O setor vem gastando considerável energia para encontrar uma solução para essa dificuldade. Agora, um pesquisador dos Estados Unidos aperfeiçoou um processo capaz de converter glicerina bruta num substituto ambientalmente correto para a espuma de poliuretano.

O processo foi aperfeiçoado por Yebo Li, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola da Universidade do Estado de Ohio (OARDC, na sigla original). Misturando a glicerina com outros materiais de biomassa, ela pode ser convertida num biopoliol – substituto renovável dos polióis de origem fóssil – que serve de matéria-prima para a produção de diversos tipos de espumas de poliuretano. “A espuma feita com nosso biopoliol é renovável, biodegradável e tem qualidade comparável aos produtos de petróleo”, garante Jeff Schultheis, presidente da Poly-Green Technologies, empresa especialmente criada para comercializar a novidade. Segundo Schultheis, a alternativa feita de glicerina não tem nenhuma das desvantagens dos atuais biopolióis disponíveis no mercado que, além de serem feitos com óleos vegetais nobres (e caros), também precisam ser misturados com produtos de origem fóssil para melhorar sua performance.

Além de ter desempenho idêntico a espumas tradicionais, o novo material também é de 5 a 10% mais barato, o que o torna imediatamente competitivo. Segundo a Poly-Green, o mercado norte-americano consome 2,8 milhões de toneladas de espumas poliuretânicas anualmente, o bastante para dar fim a boa parte dos 265 milhões de litros de glicerina bruta produzida pela indústria de biodiesel dos Estados Unidos. O plano é o de que Poly-Green comece a vender seu produto entre julho e setembro deste ano. Nos primeiros dois anos, a empresa deve absorver um milhão de galões de glicerina por ano (o equivalente a 3,785 milhões de litros), chegando a 5 milhões de galões (18,9 milhões de litros) em seu quinto ano.
 
Fonte: BiodieselBR.com

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