Powergrid Brasil

Utilizar a energia elétrica de maneira eficiente é um dos principais desafios de indústrias, portos, shoppings centers, redes varejistas, hospitais, construtoras, poder público e outros grandes consumidores. Buscando reunir alternativas para este público, a Powergrid Brasil - feira e congresso de energia - apresentou soluções em comercialização de energia, infraestrutura e eficiência energética. A 2ª edição do evento aconteceu de 27 a 29 de novembro, no Centreventos Cau Hansen, em Joinville.

Realizada pela Federação das Indústrias (FIESC) e organizada pela Messe Brasil, a Powergrid faz parte do plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, uma iniciativa da Federação que busca incentivar a adoção de sistemas mais eficientes por parte das empresas catarinenses. A proposta é entender o cenário atual e destacar a importância do uso sustentável dos recursos naturais para o desenvolvimento e o aumento da competitividade do setor industrial.

Para Glauco José Côrte, presidente do Sistema FIESC, um dos diferenciais da Powergrid Brasil é a sua configuração, que une feira e congresso, sendo não apenas uma vitrine para as novidades, mas também um palco de discussões sobre as novas alternativas do mercado energético. "O objetivo da feira é entender o que o mercado precisa e, a partir daí, apontar caminhos para tornar a performance das indústrias, no que diz respeito ao consumo de energia elétrica, mais eficiente e competitiva", explica Luiz Felipe Lepeltier, diretor da Messe Brasil.

Congresso destaca novas tecnologias e oportunidades

Novas tecnologias, tendências de evolução do setor e soluções para os grandes consumidores de energia foram os temas do congresso Powergrid Brasil, que ocorreu em paralelo à feira. As discussões abrangeram a implementação das redes inteligentes, integração de outras infraestruturas como petróleo e gás, investimentos e projetos de energia sustentável, impactos da medida provisória 579, eficiência energética e segurança, e as vantagens e riscos de apostar no mercado livre de energia.

Na abertura do congresso o destaque foi um tema atual, que promete ser o futuro próximo da energia, as redes inteligentes. A palestra Smart Grid - Pesquisa, desenvolvimento e aplicabilidade no setor elétrico brasileiro foi ministrada pelo diretor da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Marco Delgado. Em sua fala, o diretor apresentou esse novo conceito - que acrescenta à rede elétrica tradicional um amplo conjunto de dados digitais -, e apontou seus principais benefícios, ressaltando o aumento da qualidade no fornecimento de energia. "Vai haver menos interrupções e, quando ocorrer, o tempo para reestabelecimento do fornecimento será menor", disse o diretor. "Além disso, com a rede inteligente de energia será possível ofertar mais produtos tarifários e, eventualmente, serviços compartilhados de comunicação, conforme a regulamentação", acrescenta.

Na quarta-feira (28), a programação do congresso seguiu com mais quatro palestras: José Mauro de Morais, especialista de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), abordou os Impactos econômicos e tecnológicos no setor de petróleo e gás - Estudos do IPEA sobre as aquisições de bens e serviços da Petrobras e suas parcerias com universidades. No encontro, Morais apresentou as análises realizadas pelo IPEA que avaliaram a importância das atividades da Petrobras no desenvolvimento produtivo e tecnológico das empresas fornecedoras de bens e serviços da estatal.

Na sequência, o engenheiro eletricista da Tradener, Jorge Tadeu Caliari, apresentou o case Mercado Livre de Energia - modalidades contratuais, vantagens, riscos, e casos reais (SC, PR, SP). A proposta foi ressaltar, por meio de casos práticos, a importância da adequação do contrato às necessidades das empresas, para que a contratação de energia elétrica no mercado livre resulte, de fato, em economia e flexibilidade.

Diretamente da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, Paula Scheidt Manoel, gerente de projetos de Energias Renováveis e Eficiência Energética, ministrou a palestra Projetos de energia solar para a indústria. Paula abordou a situação atual do mercado de geração fotovoltaica no Brasil e destacou os projetos que já estão sendo implantados no país. A gerente ainda falou sobre o Selo Solar, concedido em parceria pelo Instituto Ideal e a CCEE, para empresas ou instituições que consumirem um valor mínimo anual de eletricidade solar.

Fechou a programação do dia, o diretor comercial da Cemig, José Raimundo Dias Fonseca, abordando o tema Medida Provisória 579 - O mercado livre de energia pós 11 de setembro.

Beatriz Pedrosa Salvini, arquiteta da Furnas, abriu o último dia do congresso, com a palestra Eficiência energética e conforto ambiental na área industrial energizada. O foco foi apresentar o que pode ser feito em uma instalação industrial de transmissão de energia para reduzir o desperdício e aumentar a eficiência elétrica e a vida útil dos equipamentos. Durante sua fala, Beatriz citou como exemplo o caso da Subestação de São José, de Duque de Caxias/RJ. "A subestação inovou no tratamento de sua área externa para proporcionar a seus empregados um ambiente de trabalho mais confortável, agradável e seguro", disse.

Em seguida, foi abordado o tema Plano Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, pelo presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da FIESC, José Lourival Magri. O plano é uma iniciativa da Fiesc e busca contribuir para o desenvolvimento sustentável das indústrias catarinenses. Além de citar as ações concretas do plano, Magri abordou cases reais de indústrias que são referência na adoção de práticas socioambientais. "O objetivo é destacar a importância da sustentabilidade para a promoção da competitividade do setor industrial", comenta.

O engenheiro Ronaldo Scoz Duarte, consultor do SENAI/SC, falou sobre as Tecnologias aplicadas na segurança dos serviços com eletricidade. O consultor destacou que a crescente preocupação das empresas com a eficiência energética de seus processos não as exime da responsabilidade de implementar sistemas que garantam segurança e saúde no trabalho em instalações e serviços em eletricidade. "Em se tratando de geração, transmissão e distribuição, tais sistemas devem ser eficientes e operados e mantidos de tal forma que o trabalhador tenha condições de controlar os riscos em qualquer serviço realizado", explica Duarte.

Encerrou o ciclo de palestras, Michel Becker, diretor de geração e transmissão da Celesc, com o tema Renovação das Concessões e Impacto nas Tarifas. Becker analisou os possíveis reflexos da Medida Provisória 579 no cenário brasileiro e a questão da redução das tarifas, ponderando se elas vão ocorrer de fato, conforme anunciado pelo governo federal.

(www.powergrid.com.br)

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