Vendas de material de construção caíram 9% em junho
Anamaco revê pela segunda vez consecutiva expectativa de crescimento para 2012

Segundo levantamento divulgado hoje, 03 de julho, pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), as vendas do setor caíram 9% em junho, na comparação com o mês de maio – quando o setor tinha apresentado ligeira alta de 2,5% sobre abril.  Já na relação junho 2012 X junho 2011, o desempenho foi 8% menor. “Com este resultado, o desempenho no ano é 3,5% negativo e o dos últimos 12 meses está 6% menor”, explica o presidente da Anamaco, Cláudio Conz.

De acordo com a pesquisa, a região Norte foi a que apresentou melhor índice de vendas, com crescimento de 3%. No Centro-Oeste as vendas ficaram estáveis, enquanto no Sul, Sudeste e Nordeste elas apresentaram queda de 30%

Dos 13 segmentos contemplados no estudo, fechaduras (-6%), metais sanitários (-5%), argamassas (-4%) e tubos e conexões de pvc (-3%) foram os que apresentaram maior diminuição de vendas. Já os setores de cimento e telhas de fibrocimento permaneceram estáveis.
“Este baixo desempenho ainda é reflexo da falta de crédito existente no mercado, que está muito caro, apesar dos seguidos anúncios de redução dos juros. Os consumidores não estão encontrando as propaladas taxas mais baixas e este terrorismo sobre a inadimplência - que está muito forte em setores que nada têm a ver com material de construção - ajuda a empurrar o setor ainda mais para baixo”, explica o presidente da Anamaco.

Uma das linhas de financiamento que ainda não estão disponíveis para o consumidor final é a linha FIMAC/FGTS, lançada pelo Governo Federal no início do ano com juros de 1% ao mês. O projeto foi de autoria do próprio Conz, que é membro do Conselho Curador do FGTS. “A linha esbarrou em uma série de questões burocráticas e só deve ser liberada após o dia 24 de julho. Isso ajudou a atrasar as obras, pois diferente de outros setores, o nosso consumidor precisa fazer um planejamento. Ele não decide reformar ou construir do dia para noite e, se ele tem à sua disposição uma linha com 12% de juros ao ano, ele vai preferir esperar porque, neste caso, atrasar a obra significa economia”, completa Conz.

Segundo ele, a Anamaco teve que rever pela segunda vez consecutiva a expectativa de crescimento para o ano. Inicialmente a previsão da entidade era um desempenho 8% superior a 2011, mas o comportamento do setor até o mês de maio fez com que o número fosse revisto para 4%. “A perspectiva já não é mais tão otimista em relação a 2012, pois a desaceleração nas compras já não é sazonal,  ela se transformou em uma tendência pelos resultados ruins obtidos no primeiro semestre de 2012. Justamente por isso,  estamos revendo pela segunda vez consecutiva a nossa expectativa de crescimento para este ano, estimando um desempenho ainda positivo,  mas não superior a 3%”, completa Conz.

Em 2011, o varejo de material de construção cresceu 4,5% sobre 2010, atingindo um faturamento total de R$ 52 bilhões.
  
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