Produção e vendas da indústria química mantêm alta no início do 2º semestre

Os volumes de produção e vendas internas da indústria química tiveram resultado positivo em agosto, conforme divulgado no RAC (Relatório de Acompanhamento Conjuntural) da ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química. Na comparação mensal, a produção aumentou 3,25% e as vendas internas cresceram 9,59%, em relação a julho. Em relação a igual período do ano anterior, a produção teve elevação de 7,12% e as vendas internas registraram crescimento de 5,24%. O índice de preços apresentou recuo de 1,12% em agosto, em relação a julho, segundo queda consecutiva, refletindo a tendência que se observou no mercado internacional, cuja demanda encontra-se retraída.

De acordo com a entidade, no segmento de produtos químicos de uso industrial tradicionalmente os meses de julho a outubro são os melhores em razão das encomendas de final de ano. “Mantido esse ritmo para setembro, o 3º trimestre do ano deve encerrar com um dos melhores resultados da série histórica”, declara a diretora técnica de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna.

Em 12 meses, o índice de produção foi positivo em 2,43% e o de vendas internas cresceu 3,36%, sobre os 12 meses anteriores. Na mesma comparação, o consumo aparente nacional teve elevação de 2,07%, enquanto as importações, em volume, recuaram 5,23%. Ainda de acordo com Fátima, apesar da melhora nos resultados do segmento de produtos químicos nos últimos dois meses, ainda há expectativa quanto ao impacto do ambiente internacional sobre a atividade econômica brasileira. Há incertezas quanto à desaceleração da economia na Europa, problemas no Japão, menor ritmo de crescimento na China e também o fôlego de retomada nos Estados Unidos. “A química é fornecedora de praticamente todas as cadeias industriais e da mesma forma que cresce aceleradamente em períodos de retomada, também se ressente mais em períodos de crise”, observa a executiva. Para a economista, o cenário externo tem um efeito ainda mais severo no Brasil em razão dos tradicionais fatores de perda de competitividade com os quais a indústria brasileira se depara, como o Custo Brasil, infraestrutura deficitária, custos logísticos, carga tributária, altas tarifas de energia, entre outros. “Além desses itens, a química sofre ainda com o preço elevado de algumas de suas matérias-primas em relação a outros países competidores, destaque para gás natural e energia”, salienta Fátima.

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