VENDAS DE RESINAS DA BRASKEM CRESCEM 10% EM 2012

Mercado brasileiro expandiu-se apenas 2%

Em um ano especialmente desafiador, influenciado pelo agravamento da crise internacional que impactou tanto o setor petroquímico global quanto a indústria brasileira, a Braskem obteve avanços importantes relacionados aos seus planos de crescimento, internacionalização e melhoria de competitividade, além de manter o foco na sua eficiência operacional. Em 2012, a companhia alcançou um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 4 bilhões, alta de 6% sobre 2011, apesar da redução das margens internacionais do setor, causada pela baixa demanda por produtos petroquímicos nos países desenvolvidos – levando ao deslocamento de produtos para mercados emergentes e desfavorecendo a indústria nacional.

Esses efeitos negativos foram parcialmente compensados por resultados extraordinários obtidos pela Braskem e relacionados a recebimento de indenizações por quebra de contrato por terceiros, desconto referente à antecipação de pagamentos de tributos parcelados (Refis) e, principalmente, pela venda de ativos não estratégicos. Tal conjunto de fatores foi responsável por R$ 860 milhões do valor total de EBITDA gerado.

Apesar do cenário de incertezas econômicas, a companhia manteve seu compromisso com o desenvolvimento da cadeia produtiva da química e dos plásticos no Brasil e investiu R$ 1,7 bilhão, com a inauguração da nova unidade de produção de PVC em Alagoas – com capacidade anual de 200 mil toneladas; e uma de butadieno, matéria-prima para a indústria da borracha, no Rio Grande do Sul, que adicionou 100 mil toneladas de capacidade anual.

Os esforços em favor do aumento da competitividade, como a busca do aumento de produtividade e maior foco em inovação, permitiram à Braskem suavizar os impactos do agravamento da crise internacional, que contraiu a demanda por produtos e a rentabilidade do setor. “Com essas ações conseguimos manter nosso direcionamento estratégico e sustentar nosso programa de investimentos, com a confiança na recuperação do mercado petroquímico internacional e no crescimento do mercado doméstico em médio e longo prazos”, destaca Carlos Fadigas, presidente da Braskem.

A receita bruta registrada pela empresa no ano alcançou R$ 42,1 bilhões e a receita líquida, R$ 35,5 bilhões, um crescimento de 8% e 9%, respectivamente, na comparação com 2011. Maiores volumes de venda de resinas e de petroquímicos básicos e a depreciação do real impulsionaram o faturamento, compensando a redução dos preços médios praticados no mercado internacional.

À medida que o mercado brasileiro das resinas termoplásticas polietileno, polipropileno e PVC cresceu 2%, em relação a 2011, num total de 5 milhões de toneladas, a Braskem cresceu 10% no mesmo período, totalizando a venda de 3,5 milhões de toneladas. Esse desempenho foi proporcionado pela expansão da participação da Braskem no mercado local para 70%, com recuo das importações. Entre os fatores que influenciaram a redução do volume do material importado estão a depreciação do real, a adoção de medidas governamentais em defesa da indústria nacional e a expansão da produção de PVC pela companhia em Alagoas.

“A perspectiva de maior crescimento do PIB nacional em 2013 permite prever uma elevação mais forte da demanda por resinas no mercado interno e é fundamental que essa expansão beneficie a cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos no Brasil e não o produtor fora do país. Isso impactará especialmente a indústria de transformação plástica, já beneficiada em 2012 pela desoneração de encargos trabalhistas, mas que precisa seguir recuperando sua competitividade, capacidade de investir e de gerar empregos”, pondera Fadigas.

Na frente internacional, a gradual mas consistente reativação da economia norte-americana refletiu-se no crescimento firme dos volumes de polipropileno comercializados nos Estados Unidos pela companhia, que ampliou seu market share em 2% num mercado cuja expansão não chegou a 1% e ainda segue com margens pressionadas. Já na Europa, a estagnação da economia manteve a demanda reprimida e reduziu o volume de vendas da companhia em 1%, enquanto o mercado como um todo caiu 3%, mas o alto custo da matéria-prima afetou a rentabilidade da operação.

No México, o projeto Etileno XXI teve progressos relevantes tanto na sua implantação física quanto na sua equação financiamento. Foi concluída a estruturação do project finance no valor de US$ 3,2 bilhões, por um pool internacional de bancos, e as obras de engenharia prosseguem dentro do cronograma, que prevê início de operação do complexo, com três plantas de polietileno integradas à produção de eteno a partir de gás competitivo, em meados de 2015.

A desvalorização cambial de 9% no período afetou negativamente o resultado financeiro em R$ 1,7 bilhão e acarretou prejuízo de R$ 738 milhões à Braskem. Esse resultado, entretanto, não tem impacto imediato sobre o caixa da companhia. O valor representa o efeito contábil da variação cambial, principalmente sobre o endividamento da Braskem, cujo prazo médio de vencimento é de 15 anos.

A estratégia da companhia para 2013 permanece pautada no fortalecimento do negócio e elevação da sua competitividade, com a ampliação do market share local; no apoio ao desenvolvimento da cadeia petroquímica e de plásticos brasileira, inclusive pela viabilização e implantação do Comperj em bases competitivas; na busca de eficiência operacional, com a manutenção das altas taxas de operação e redução de custos fixos; na criação de valor das capacidades adicionais de PVC e butadieno; na diversificação da matriz de matéria-prima pelo avanço do projeto Etileno XXI (México) e pelos novos contratos de acesso a matéria-prima nos EUA.

Assim como em 2012, a Braskem segue com o compromisso de crescimento e desenvolvimento sustentável. “Continuaremos a agir proativamente em busca das melhores oportunidades, visando criar valor para nossos clientes, acionistas e a sociedade, aumentando a competitividade em toda a cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos, sem perder o foco na disciplina financeira”, reforça Fadigas. “Nesse contexto, a aprovação do Regime Especial da Indústria Petroquímica – REIQ pelo governo será da maior importância para o setor, permitindo que a desoneração das matérias-primas e dos investimentos ajude a indústria a superar o atual cenário de dificuldades”, conclui.

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