Indústria de componentes discute “pacote tecnológico” para o setor esportivo

Empresas associadas à Assintecal têm até o dia 25 para manifestar interesse em produzir solicitações feitas pelo Move

Desde outubro, quando o governo federal elevou de 18% para 25% o imposto de importação para cabedais (parte superior do calçados) e solados procedentes de países fora do Mercosul, a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal) e o Move – Movimento de Livre Escolha (marcas como Nike, Adidas, Puma, Alpargatas) estão construindo uma agenda positiva para que o fornecimento de componentes seja feito a partir da indústria nacional e não mais via importação. Depois de dois meses de negociações, os resultados não poderiam ser mais positivos: os fabricantes brasileiros de componentes estão confirmando que podem atender as demandas apresentadas pelo setor de calçados esportivos: cabedais, têxtil, solados, matrizarias, além de equipamentos Com a lista das demandas atualizada (informações técnicas mais detalhadas dos produtos) pelo Move, as empresas associadas à Assintecal têm até o próximo dia 25 para manifestar se realmente possuem interesse em produzir as solicitações feitas pelas marcas esportivas. Finalizada esta etapa, serão realizadas reuniões para aproximação das partes e, consequentemente, rodadas de negócios, passo que deve ser dado a partir do encontro de fevereiro próximo (ainda sem definição de dia). Diogo Serafim, diretor-executivo da Assintecal, explica que, desde a elevação da Tarifa Externa Comum (TEC), pleito encaminhado pela entidade, os setores de componentes e esportivo sentaram para soluções em conjunto. “Formamos um Grupo Técnico Esportivo, com representantes dois lados, que foi responsável pela condução das conversas e evolução da agenda positiva”, afirmou. Segundo ele, o Move apresentou suas demandas – produtos que as empresas esportivas hoje importam, sob alegação de dificuldades em produzi-los no Brasil. “Houve uma mobilização por parte da indústria de componentes para todas as demandas apresentadas. Ou seja, o setor de componentes está preparado para desenvolver os produtos com esse propósito, inclusive investindo em novas tecnologias, quando for o caso”, complementou Serafim. MANUTENÇÃO DA ALÍQUOTA - Conforme o executivo da Assintecal, o atendimento das demandas do setor esportivo é mais um reforço para a manutenção da alíquota de 25% sobre as importações de cabedais e solados. O atual percentual do imposto de importação de em vigor desde outubro, data da publicação no Diário Oficial da União, tem validade por 12 meses, podendo ser prorrogado por mais 12 meses. “A alteração da alíquota não se trata de uma medida protecionista, mas sim de incentivo a competitividade da indústria nacional frente aos produtos importados, reforçou Serafim. Dados do Setor de Inteligência Comercial da Assintecal apontam um aumento expressivo das importações de cabedais (NCM 64.06.10.00 - partes superiores de calçados e seus componentes) e de solados (NCM 64.06.20.00 - solas exteriores e saltos, de borracha ou plástico). Em 2012, as importações brasileiras de cabedais somaram US$ 84 milhões, 39% a mais que em 2011. Os cabedais vêm principalmente da China, Paraguai e Indonésia. Mesmo comportamento verificado nas importações de solados: US$ 315 milhões, 20% de aumento em relação a 2011. Os produtos foram comprados principalmente dos Estados Unidos e China.

Autor/Fonte: Assessoria Assintecal

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