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Adesivos Epóxi: Características e aplicação na Construção Civil


* Paulo Bicalho

Utilizados para a fixação de vergalhões para unir estruturas de concreto na construção civil, os adesivos com base epóxi são resinas injetáveis, aplicadas em estruturas de alto risco. Esses produtos atendem à colagem de barras roscadas, além de serem adequados para fixações de máquinas, fachadas, estruturas metálicas etc.

No mercado nacional encontramosadesivos epóxicom alta capacidade de cargas, com embutimentos reduzidos em concreto–menos resina. São materiais que aderem em diversos substratos, como concreto, aço, rocha etc. Outras características importantes desses produtos são:alta resistênciaa produtos químicos, comboa resistência ao fogo – em caso de incêndio, seguram até 120 minutos;oferecem cura rápida (6h, a 20ºC), não exigem pré-mistura, no caso de produto injetável, além de ter garantia de preenchimento total do furo com resina.

No Brasil, encontramos três tipos de epóxi, sendo todos injetáveis. Veja alguns exemplos: RE 500 SD oferece altas cargas e possui o mais alto nível de homologações no mundo. Pode ser utilizado, inclusive, em regiões sísmicas e em concreto fissurado. É recomendado para reforço estrutural, ancoragens de vergalhões e barras roscadas em concreto. O RE 500, indicado para altas cargas, possui um bom nível em homologações internacionais, com profundidades de embutimento reduzidas. É recomendado para reforço estrutural, ancoragens de vergalhões e barras roscadas em concreto. O HTE 50 apresenta um bom nível de cargas para uso em aplicações sem função estrutural, como fixação de gradil de sacada por exemplo.

Outro grande diferencial para alguns produtos está no dispensador à bateria, que possui um botão dosador. Este controla o volume de resina a ser aplicada, minimizando muito o desperdício de resina e otimiza a aplicação tornando-a a prova de erros.

Em busca da evolução – No Brasil, o mercado de adesivos epóxi precisa evoluir bastante na construção civil. Para a área de ancoragens, na construção civil, o uso de resinas à base epóxi ainda está bastante “perigoso”. É possível encontrarmos empresas que utilizam resinas em lata para colagens de elementos estruturais, como barra roscada e vergalhão, por exemplo. Esse tipo de produto está bastante desatualizado e foi extinto nos Estados Unidos e em diversos lugares na Europa especificamente para estas aplicações. Mas em outras aplicações, ainda são utilizadas nestas regiões.

Em nosso País esse tipo de epóxi em lata é utilizado em larga escala para ancoragens de elementos estruturais, e é fornecido por empresas que não são especializadas nesse tipo de fixação, porque não fornecem tabelas de cargas, especificações, aprovações e outros detalhes técnicos importantes. Resinas em lata não foram desenvolvidas para aplicações de ancoragens ou colagem de elementos estruturais. Elas foram desenvolvidas para outros tipos de aplicações como grauteamento, por exemplo.

Outro grande problema das resinas em lata é a dificuldade para misturar os componentes A+B e homogeneizar o material. Por não ser um produto injetável, também é muito difícil aplicar a resina em furos na parede e no teto.

E como melhorar a aplicação do adesivo epóxi? Na construção civil, um bom começo seria abolir produtos em lata para a colagem ancoragens e migrar para produtos injetáveis, que tenham homologações para esse tipo de aplicação, com tabelas de cargas, especificações, aprovações etc. Uma evolução para o mercado de resinas injetáveis seria a exigência de aprovações internacionais – americana ou européia. Nesses mercados, eles têm normas bastante restritas e exigentes para esse tipo de produto. Infelizmente, no Brasil, ainda não temos uma norma para seguir, por isso alguns calculistas e projetistas brasileiros seguem as normas internacionais. A criação de uma norma brasileira seria fundamental.

Estima-se que 60% do mercado utilize epóxi em lata, sem qualquer restrição. Neste caso, o nível de exigência é muito baixo, o que é muito estranho; Afinal, utilizar epóxi em situações estruturais de alto risco é desaconselhável. Os demais 40% do mercado que utilizam resinas injetáveis tem um alto nível de exigência, porque utilizam produtos que ao menos apresentam tabelas e testes de cargas – além de entenderem a segurança na instalação pela garantia do preenchimento total do furo. Apesar de alguns profissionais da construção civil terem conhecimento do assunto ancoragem, podemos e precisamos evoluir ainda mais.  
   
Calculistas e projetistas estruturais têm uma grande responsabilidade nesse mercado de adesivos injetáveis. Muitos desses profissionais especificam em seus projetos apenas a frase colar com resina base epóxi. Nesses casos, muitos construtores acabam usando resinas epóxi em lata, que não foram desenvolvidas para essa aplicação. O correto é especificar os produtos, mencionando uma marca ou não. Isso limitaria o uso das latas na construção civil.

* Paulo Bicalho é gerente de Produtos da Hilti do Brasil. www.hilti.com.br



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