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Encontro aproxima estudantes e empresas durante o 46º Congresso e Exposição Internacional de celulose e papel


Acadêmicos e profissionais do setor falaram sobre as oportunidades de trabalho para jovens talentos durante o evento promovido pela ABTCP

Durante a primeira edição do Encontro de Estudantes, promovido na quinta-feira (10/10) no ABTCP 2013 – 46º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, estudantes de nível técnico e superior que almejam trabalhar neste mercado puderam entender melhor como funciona o setor e as oportunidades de trabalho que vêm sendo abertas nos últimos anos em razão da expansão da indústria de base florestal.

Segundo o professor Clóvis Pereira de Araújo, que abriu o encontro, a área de celulose e papel acaba por abranger todas as áreas do conhecimento, não se restringindo à engenharia. Segundo ele, há no Brasil 220 empresas atuando nesse setor, todas elas responsáveis por gerar mais de 128 mil empregos diretos e outros 640 mil indiretos. “A área de celulose e papel no País é bastante estruturada e madura. Fomos pioneiros em algumas tecnologias hoje utilizadas em larga escala, como o uso da celulose de eucalipto”, contou o acadêmico, ao destacar que o Brasil é o quarto maior produtor mundial de celulose e o nono maior de papel.

O consultor jurídico ambiental da Pöyry, Pedro Piza, falou sobre as oportunidades de trabalho que o setor de celulose e papel vem proporcionando no que diz respeitos à área ambiental, na qual há uma carência de profissionais. “Só a Pöyry realizou, entre 2007 e 2012, 16 estudos de impacto ambiental para o setor de base florestal no Brasil. Neste mesmo período, licenciou uma produção de 14 milhões de toneladas de celulose na América Latina. Tudo isso se refletirá em grandes oportunidades no mercado de trabalho não só no Brasil, mas também no México, Chile e Uruguai, considerados hoje os mais atrativos para receber investimentos”, destacou o executivo. Ele contou ainda que o setor de celulose e papel é o que menos recebe autuações de órgãos ambientais, o que mais obtém licenças e também o que menos gera impactos ao meio ambiente.

Programas de Estágio
Representantes da indústria de base florestal também estiveram presentes no Encontro de Estudantes e apresentaram palestras e um resumo de seus programas de estágio, com o objetivo de prospectar novos talentos durante o ABTCP 2013. O evento, que contou com a participação das principais empresas fabricantes, reforçou a intenção do setor de celulose e papel de investir na capacitação e no desenvolvimento dos futuros profissionais que irão atuar nesta indústria.

Elizabeth Silva, gerente de Desenvolvimento Organizacional da Suzano, responsável pelo programa de estágios da companhia, destacou a importância do alinhamento de valores entre empresa e estagiários no momento de seleção dos novos talentos. “Realizamos uma triagem baseada em competência e valores, levando em conta também o perfil empreendedor e inovador dos candidatos”, enfatizou. Ela destacou ainda que cerca de 50% dos estagiários de nível superior são efetivados pela Suzano após o término do período de treinamento, que tem duração de 24 meses – índice que sobe para 70% no caso de estagiários de nível técnico.

Lidiane Mendes Duarte, analista de Recursos Humanos da Cenibra, falou sobre as vantagens a que têm acesso os estagiários da companhia, incluindo acesso a tecnologias de ponta, apoio técnico e capacitação, ampliação da visão de mercado e desenvolvimento de projetos, entre outros. “Já do lado da empresa, os benefícios incluem a descoberta de novos talentos, a reciclagem de conhecimentos, o desenvolvimento profissional e a flexibilização de valores.” De acordo com ela, ao término do programa de estágio, cerca de 60% dos participantes chegam a ser contratados pela companhia.

Panorama do setor
Em sua palestra, o professor Clóvis Pereira de Araújo também relatou aos estudantes que os altos níveis de produtividade das florestas brasileiras – hoje são mais de 2,2 milhões de hectares plantados – se devem a fatores como clima e solo, pesquisa e desenvolvimento e mão de obra altamente qualificada. “No Brasil, são necessários 100 mil hectares de floresta para se produzir um milhão de toneladas de celulose, o equivalente a uma produtividade de 70 m³ por hectare ao ano”, detalhou o professor, ao enfatizar que o eucalipto tem ciclo de apenas cinco anos. “Na Europa, leva de 30 a 40 anos para a floresta atingir o ponto de corte. Aqui, a espécie híbrida de eucalipto que desenvolvemos cresce a uma média de um centímetro por dia.”

Outras informações relevantes sobre o processo de produção de celulose e papel foram apresentadas pelo docente à plateia de estudantes, como a composição da madeira – fibras de celulose, lignina, hemicelulose, extrativos e cinzas. “Cerca de 50% da madeira é efetivamente aproveitado para a produção da celulose. Entretanto, há processos de alto rendimento que permitem um aproveitamento superior a 90%. Neste caso, obtém-se uma fibra menos nobre e mais barata, usada para compor, por exemplo, o miolo do papel-cartão”.

Realizado pela ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel em parceria com a PI – Paper Engineers’ Association e o IPEF – Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, o 46º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel aconteceu de 8 a 10 de outubro, em São Paulo.



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