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SCHAHIN PREPARA PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E PARALISA SONDAS DA PETROBRÁS


Parece um castelo de cartas, desmoronando em câmera lenta, sem amparo à queda ou solução no horizonte. E agora mais uma parte do baralho está prestes a vir ao chão. A construtora Schahin é outra grande empresa brasileira do setor de óleo e gás que se prepara para pedir recuperação judicial, depois de paralisar cinco sondas de perfuração que estavam em operação para a Petrobrás. A grave crise que afeta a indústria brasileira também se abateu sobre a empresa nos últimos meses, quando ela começou a acumular dívidas, já somadas em cerca de US$ 4,5 bilhões, e passou a se ver em uma situação extremamente delicada. Uma das principais causas que levaram a Schahin ao momento atual foi a Operação Lava Jato, que a incluiu entre as empreiteiras citadas nos esquemas de corrupção em contratos da Petrobrás, além de ter sido suspensa do cadastro da estatal preventivamente.

O pedido de recuperação, que deve ser feito nos próximos dias, se segue a uma série de outros processos similares no cenário nacional, com grandes e tradicionais companhias do ramo de construção e montagem fragilizadas. Dentre as que já estão em recuperação judicial em decorrência dos desdobramentos da Operação Lava Jato e da crise na indústria de petróleo, destacam-se OAS, Galvão Engenharia, Alumini, Iesa, Jaraguá e Fidens, entre outras.

A situação financeira da Schahin ainda inclui uma carteira de grandes receitas no longo prazo, mas para isso ela precisará conseguir suporte de crédito, já que o balanço de 2015 prevê um descompasso de US$ 1 bilhão entre receitas e dívidas.

No final de março, a Schahin já vinha tendo problemas com a montagem dos módulos para o FPSO Cidade de Caraguatatuba, quando os trabalhadores da empresa fizeram uma paralisação contra o envio do projeto para a finalização na China. A Modec, que tinha contratado a Schahin, negou que fosse fazer essa transferência e a própria Schahin disse desconhecer a decisão da Modec neste sentido, mas sabe-se que a questão ainda está sendo avaliada internamente.

Pouco depois do ocorrido, a agência americana de classificação de riscos Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito da Schahin Engenharia de “BB” para “B+”, dificultando ainda mais a trajetória da empresa, que precisa buscar fontes de financiamento para se manter caminhando.

A cascata de empresas em recuperação e/ou em crise financeira na indústria de petróleo nacional está deixando um rastro de dívidas para todos os lados, tanto com bancos, como com fornecedores. Apenas cinco das empresas que pediram recuperação judicial nos últimos meses acumulam quase R$ 15 bilhões em dívidas, atualmente em fase de reestruturação. O grupos OAS é o que passa pelo quadro mais complicado, com dívida de R$ 8 bilhões, seguido por Iesa (R$ 3,5 bilhões), Galvão Engenharia (R$ 1,6 bilhão), Alumini Engenharia (R$ 1 bilhão) e Jaraguá Equipamentos (R$ 700 milhões).

A Schahin Óleo e Gás iniciou suas operações em 1985 com a plataforma autoelevatória North Star I,  com capacidade de perfurar até 5.500 metros de profundidade em lâmina d’água de 60 metros. Ao longo dos anos, expandiu sua presença com as sondas de produção hidráulica e o navio sonda SC Lancer, com capacidade de perfurar até 6 mil metros, operando numa lâmina de 1.500 metros. Mais recentemente, as atividades foram incrementadas com os navios sonda com posicionamento dinâmico Vitária 10.000, Sertão e Cerrado, e com as plataformas de perfuração semissubmersíveis SS Pantanal  e SS Amazônia, com capacidade de perfurar até 7.500 metros, em 2.300 metros de lâmina d’água. Hoje, a empresa executa trabalhos de perfuração, completação e manutenção de poços de petróleo e gás.

Procurada, a Schahin afirmou por meio da assessoria de imprensa que não iria se manifestar sobre a questão. (Petronotícias)



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