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Em alta no mundo, VLT chega ao Rio com muitas inovações


Dubai, Emirados Árabes Unidos - Visto por fora, mais parece um trem moderno do que um bonde, nome de seu antepassado, que, em inglês, tram , ainda é mantido. No Brasil, no entanto, esse novo meio de transporte foi batizado de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e deve estrear, no Rio de Janeiro, em abril do ano que vem. O Observatório da Mobilidade foi conhecer o modelo Citadis, o mesmo que será instalado nas seis linhas que ligarão o Centro da capital fluminense à Zona Portuária e que, desde novembro, já circula pelas ruas de Dubai. 

A cidade nos Emirados Árabes Unidos foi a primeira do mundo a ter um VLT 100% livre de catenária, ou seja, sem os cabos aéreos de energia para alimentar os veículos. O Rio será a segunda. O sistema, chamado de APS e desenvolvido pela fabricante do Citadis, a francesa Alstom, fornece eletricidade pelos trilhos, que são energizados somente no exato local por onde a composição está passando. 

Com o mercado de VLTs em ascensão, outras cidades brasileiras planejam a instalação do sistema. Pelo menos, Goiânia e Campinas já estudam implementar o Citadis, da Alstom. Segundo a Associação da Indústria Ferroviária Europeia (Unife), as vendas globais anuais de sistemas de VLT, tradicionais ou sem catenária, devem ser de 3,2 bilhões no período de 2015 a 2017, um aumento de 57% em relação ao período de 2012 a 2014. Os VLTs já representam 33% do mercado ferroviário urbano no mundo, segundo a entidade. 

No Rio de Janeiro, o investimento total no sistema é de 450 milhões, dos quais 230 milhões fazem parte do contrato com a Alstom, que fornece os VLTs e equipamentos de comunicação e sinalização. 

A versão carioca teve algumas adaptações por causa das especificidades da cidade. Nos cruzamentos das linhas com avenidas de tráfego muito pesado, o APS exigiria maior manutenção. Então, no Rio, a melhor solução foi um sistema híbrido de APS e capacitores, que são baterias carregadas enquanto o veículo circula nos trechos de trilhos energizados, explica o diretor de Mercado e Portfólio da Alstom Transport, Christian Messelyn. O executivo diz que, além da vantagem no aspecto visual, já que não há fios cortando a cidade, o projeto sem catenária causa menor interferência urbana. 

Os cinco primeiros VLTs cariocas estão em fabricação na França e os outros 27 restantes serão feitos na recém inaugurada fábrica da Alstom de Taubaté, em São Paulo. O primeiro veículo chega ao Rio neste semestre. 

Versão carioca terá pequenas adaptações 

Com interior amplo, sem divisórias entre os módulos (vagões), o VLT Citadis é silencioso. O ar condicionado, projetado para temperaturas que chegam a 50 graus no verão de Dubai, será o mesmo na versão carioca, garantiu o subsecretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas (PPP) do Rio, Gustavo Guerrante. A diferença é que temos mais chuvas. Por isso, encomendamos um sistema APS à prova dágua que é um pouco mais caro, mas o VLT funcionará mesmo se houver alagamento das vias. 

Assim como em Dubai, cada composição carioca terá sete módulos e capacidade para levar até 415 passageiros. Quatro meses após a inauguração, o VLT da cidade árabe transporta 10 mil pessoas por dia e tem a meta de chegar a 26 mil. No Rio, será muito mais gente. A prefeitura espera até 300 mil passageiros por dia. Enquanto em Dubai são 11 VLTs em 11 quilômetros, aqui serão 32 veículos em 26 quilômetros. 

A versão carioca do VLT terá os validadores de bilhetes dentro dos veículos. Em Dubai, esses equipamentos ficam nas estações, que são fechadas, com refrigeração, mas sem roletas, coisa que também não existirá no Rio. A validação dos cartões será feita por iniciativa dos passageiros. 

Em todos os VLTs é assim. Nossa experiência no mundo mostra que as pessoas que não pagam a passagem chegam a no máximo 15% do total. Em ônibus, que tem um controle maior, as fraudes são, em média, 10%, e nos metrôs, de 5% a 7%, afirma Christian Messelyn, diretor de Mercado e Portfólio da Alstom Transport.  (Brasil Econômico)



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