Últimas Notícias - Composites

ISRAEL QUER AMPLIAR PARTICIPAÇÃO NA INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS BRASILEIRA



Daniel Kolbar, Cônsul para Assuntos Econômicos da Missão Econômica de Israel no Rio de Janeiro.

A Offshore Technology Conference (OTC), além de contar com uma extensa programação técnica, é um dos momentos mais importantes para membros da indústria de petróleo e gás internacional desenvolverem relacionamentos e ampliarem parcerias, por meio de reuniões e encontros previamente agendados ou frutos do movimento de executivos na feira. Atento para isso, o Governo de Israel está preparando uma missão econômica especial para a edição deste ano da conferência, que ocorre entre 4 e 7 de maio, em Houston, e o mercado brasileiro é um dos grandes atrativos para o País. O Cônsul para Assuntos Econômicos da Missão Econômica de Israel no Rio de Janeiro, Daniel Kolbar, conta que oito das 14 empresas já confirmadas no grupo que vai à OTC têm presença no Brasil e outras querem vir para cá. Além disso, o Consulado tem grande interesse em se reunir com empresas brasileiras, acreditando que há muitas possibilidades de parcerias com as companhias israelenses, e convoca as que quiserem a entrarem em contato com a Missão Econômica.

O Gerente para o Setor de Água, Petróleo & Gás do Instituto de Exportação Israelense, Niv Morag, reitera a importância do Brasil para os planos de crescimento de Israel no segmento de óleo e gás, e diz que a crise atual do país não afetou o interesse israelense pelo mercado brasileiro. Morag afirma que muitas tecnologias desenvolvidas por Israel em outras áreas têm sido aplicadas no setor de petróleo com sucesso e podem ajudar o Brasil nos seus objetivos. “Queremos ampliar as sinergias entre o Brasil e Israel, entender as necessidades futuras e os desafios que surgirão no mercado brasileiro para os próximos anos”, afirmou.

Quais são os principais focos da relação de Israel com o Brasil no setor de petróleo?
Niv Morag - Acho que o Brasil hoje tem um grande importância e vai crescer muito no futuro, em oportunidades e demanda, além de necessitar de muita inovação. Acredito que a aproximação do Brasil com Israel pode gerar valor para os dois lados neste sentido.

Como têm avançado as metas de relacionamento com o Brasil?
Niv Morag – Quando falamos das capacidades de Isreal, temos muitas conquistas e avanços tecnológicos em óleo e gás que podem ser aproveitados aqui. Além disso, desenvolvemos inovações em outras áreas que podem ser aplicadas ao segmento de petróleo. Somos líderes há 60 anos, por exemplo, no setor de tratamento de água, assim como há muitos anos nas áreas de segurança e cibersegurança. Muitas dessas tecnologias são utilizadas no setor de óleo e gás.

Niv Morag, Gerente para o Setor de Água, Petróleo & Gás do Instituto de Exportação Israelense.

Pode citar alguns exemplos?
Niv Morag – Na área de água, por exemplo, temos muitas atividades relacionadas à produção de óleo e gás, porque existe uma necessidade de muita água no processo produtivo e não pode ser qualquer uma. Precisa ser uma água tratada, de forma eficiente, ainda mais hoje com o barril tão barato. É preciso reduzir custos e aumentar a eficiência, e nossa expertise em tratamento de água pode ajudar muito nisso.

Daniel Kolbar – Recentemente, tivemos uma delegação de companhias visitando o Brasil – no Rio, em Belo Horizonte e São Paulo –, promovendo as tecnologias israelenses ligadas à água. A visita foi muito proveitosa e também tivemos uma missão de 20 empresas brasileiras em Israel, em busca de parcerias.

Niv Morag – Temos algumas delegações vindo a Tel Aviv para uma grande conferência de água em outubro, que deve ampliar ainda mais a relação entre os dois países. Haverá muitas empresas do segmento de óleo e gás presentes, incluindo companhias como Shell e Halliburton, e gostaríamos de ter muitas empresas brasileiras.

Qual o resultado em números das relações entre Brasil e Israel no setor de óleo e gás?
Niv Morag – Seria difícil dar um número exato, porque são muitas atividades relacionadas. Quando se olha o cenário mais amplo, pode-se usar cibersegurança, por exemplo, para monitorar oleodutos e gasodutos, prevenindo também problemas ambientais. Então as áreas se relacionam, e o setor de defesa também tem relação com meio ambiente, assim como óleo e gás.

Como estão vendo o momento da indústria de óleo e gás mundial?
Niv Morag – Como sabemos, os preços do óleo caíram muito e afetaram toda a indústria. Hoje, companhias estão buscando redução de custos, então temos que entender a importância de trazer inovações tecnológicas para atingir esse objetivo. Muitos países estão buscando isso, tentando produzir o mesmo barril a um custo muito menor, com mais produtividade. Então a nossa capacidade inovativa é muito importante nesse sentido.

E como vê o momento da indústria brasileira, especificamente?
Niv Morag – Acho que está sendo vista da mesma maneira. É um grande país, com grandes reservas, que veio para ficar, e tem um papel estratégico nos planos das empresas de Israel. Elas têm propostas de adição de valor a apresentar para empresas brasileiras, com serviços e soluções tecnológicas, podendo ser aplicadas diretamente nos locais necessários.

A crise no País, incluindo as acusações de corrupção, impactou o interesse das empresas israelenses pelo mercado brasileiro?
Niv Morag – Não houve impacto no interesse. O que se vê é que isso vai afetar a indústria no curto prazo, mas, como se diz, o show tem que continuar, e a produção vai continuar, assim como as tecnologias e os fornecimentos seguirão sendo necessários. Pode ser que o ritmo diminua um pouco, mas tudo vai continuar. Então não houve redução de interesse. Israel olha para uma relação de longo prazo na indústria, e acreditamos que as coisas vão avançar, voltando ao patamar de desenvolvimento que estavam, indo ainda além disso.

Como será a missão organizada para a OTC?
Niv Morag – O objetivo é criar oportunidades de negócios entre as empresas de Israel e as diferentes companhias de óleo e gás pelo mundo, para abrir portas, mostrar nossas capacidades. Queremos ampliar as sinergias entre o Brasil e Israel, entender as necessidades futuras e os desafios que surgirão no mercado brasileiro para os próximos anos.

As empresas israelenses presentes na missão têm atuação no Brasil?
Daniel Kolbar – A maior parte, sim. Das 14 que vão, oito têm atividades no Brasil, ou já estabelecidas localmente ou com negócios em movimento por aqui. A missão completa é composta pelas empresas Amiad, A.R.I, Bermad, BioPetroClean, BQR Reliability Engineering Ltd, EGMO Ltd, Filtersafe, Habonim Industrial Valves & Actuators, HARBO Technologies Ltd, HOP-Engineering Ltd, Odis, PCT, Strauss & Co, e Teldor.

Já agendaram reuniões com empresas brasileiras para os dias do evento?
Niv Morag – Estamos trabalhando nisso. No ano passado tivemos uma visita de um diretor da Petrobrás que foi muito positiva.

Daniel Kolbar – Estamos buscando uma série de reuniões com empresas brasileiras para os dias da OTC. Estamos fazendo esse trabalho de relacionamento, facilitando encontros, para criar novos negócios. Temos alguns encontros marcados, especialmente com instituições brasileiras, como o Sebrae e as companhias da missão deles.

O objetivo é expandir a Missão Econômica aqui, então seria interessante que as empresas nos procurassem também. Estamos abertos a isso e é um dos nossos principais focos.

Quais os focos das empresas que vão para a conferência?
Daniel Kolbar – São mais focadas em tratamento de água, dessalinização, controle de dados, combate à corrosão, e perfuração, entre outras. A maioria trabalha com tecnologias inovadoras que podem gerar redução de custos e aumento da eficiência para as atividades do setor de óleo e gás. São atividades que não necessariamente competem com empresas brasileiras, mas que podem adicionar valor por meio de parcerias.

Essas tecnologias também estão sendo desenvolvidas nas unidades dessas empresas instaladas no Brasil?
Niv Morag – A maior parte é desenvolvida em Israel, mas muitas estão buscando ampliar as operações no Brasil, abrindo fábricas, escritórios e procurando dar mais suporte tecnológico às companhias locais. Nosso foco principal é aumentar o relacionamento econômico com a indústria brasileira, e especificamente a de óleo e gás. (Petronotícias)



  topo