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SP aposta em bionanotecnologia e IPT fecha contratos de R$ 23,4 milhões com a iniciativa privada

Há um ano, Instituto inaugurou o 1º laboratório da área na América Latina; nA quinta-feira, 25 de julho, 10 convênios foram assinados

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) assinou hoje, quinta-feira, 25 de julho, dez contratos com a iniciativa privada, totalizando R$ 23,4 milhões em investimentos em pesquisas de bionanotecnologia. Os acordos, com empresas como Natura e InterCement (“braço” para negócios de cimento do Grupo Camargo Corrêa), apontam para o acerto de uma estratégia colocada em prática há um ano, com a inauguração do primeiro laboratório da área na América Latina.

Além do diretor-presidente do IPT, Fernando Landgraf, estiveram presentes ao evento o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Rodrigo Garcia, e representantes de todas as empresas e do governo federal: Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Em 27 de agosto de 2012 o governador Geraldo Alckmin entregou o chamado Laboratório de Bionanomanufatura de 8.000 m² na sede do IPT, após investimento de R$ 46 milhões do governo do Estado. É este laboratório que agora propicia o desenvolvimento dos projetos assinados hoje.

“A bionanotecnologia é uma área insipiente no Brasil, que pode ser explorada em larga escala. O IPT averiguou uma possibilidade de entrar fortemente no setor e hoje já colhe os frutos”, afirma o diretor-presidente do Instituto, Fernando Landgraf.

Além dos R$ 23,4 milhões (projetos com a Embrapii, nos quais o IPT entra, em média, com 1/3 do valor, o governo federal com 1/3 e a empresa com o 1/3 restante), o IPT tem seis projetos a serem assinados até o fim do ano, em fase final de negociação, no valor de R$ 17 milhões.

O Laboratório de Bionanomanufatura é preparado para receber estudos nos campos de biotecnologia, nanotecnologia, microtecnologia e metrologia de ultraprecisão, áreas ligadas à pesquisa e produção de materiais em dimensões centenas ou milhares de vezes menores que a espessura de um fio de cabelo. Em alguns casos as medidas chegam a nanômetros – daí parte do nome do laboratório -, unidades equivalentes à bilionésima parte de um metro.
Com a biotecnologia o IPT desenvolve produtos e processos com organismos vivos. A nanotecnologia tem foco na microencapsulação de componentes químicos e terapia medicinal, como no caso de cosméticos. A microtecnologia é a produção de microequipamentos. E metrologia, o estudo e a descrição dos sistemas de pesos e medidas.

Os projetos / Embrapii
Dos projetos que foram assinados nesta semana, seis são da área de nanotecnologia, dois são de biotecnologia, um é de micromanufatura e um é de novos materiais. São acordos firmados em parceria com a Embrapii, do governo federal.

As empresas que fecharam as parcerias com o IPT são: Natura, que atua no mercado de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal; InterCement, “braço” para negócios de cimento do Grupo Camargo Corrêa; Iharabras Indústrias Químicas, que tem uma linha de produtos para culturas agrícolas e para o controle de pragas domésticas, como fungicidas e herbicidas; Elekeiroz, produtora de intermediários químicos de uso industrial; Theraskin, indústria farmacêutica; Instituto de Tecnologia e Estudos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Itehpec) - braço tecnológico da associação brasileira do setor; e Angelus, a única pequena empresa até agora na fase piloto do projeto da Embrapii com o Instituto, desenvolvendo soluções em produtos odontológicos.

Segundo Zehbour Panossian, diretora de inovação do IPT, os projetos envolvem valores variáveis: “quando pensamos nos nove projetos desenvolvidos para estas áreas, principalmente em nanotecnologia, estes valores não são pequenos. São números interessantes, já que não preveem compra de equipamentos, mas basicamente mão de obra e ensaios”, explica ela.

“O IPT sempre atuou pela demanda da empresa, e isso faz parte do DNA do Instituto. Enquanto a tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores das universidades em grande parte das vezes é realizada de acordo com as suas intenções de pesquisas para depois entrarem em contato com as empresas, institutos de pesquisa como o IPT já atuam há muito tempo com a lógica de atender às demandas e às necessidades das empresas, o que é a proposta da Embrapii”, relata Zehbour. “A novidade da Embrapii é que antes no Brasil não havia fontes de financiamento que avaliassem os projetos a partir desta perspectiva forte de mercado”.



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