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Indústria de biotecnologia cresce, mas preocupações com eficiência e financiamento permanecem

Estudo da EY mostra que setor somou R$ 56 bi em fusões e aquisições em 2013, crescimento de 106% em relação a 2012

A indústria global de biotecnologia teve boa recuperação no ano passado, com as empresas alcançando crescimento de receita de dois dígitos, e deve seguir em bom ritmo de crescimento. A expansão ocorreu também em pesquisa e desenvolvimento, base de criação de valor do setor. A avaliação é do estudo Beyond borders: unlocking value, 28º relatório anual da EY (nova marca da Ernst & Young) sobre biotecnologia. O valor total de fusões e aquisições envolvendo companhias dos Estados Unidos e Europa somaram US$ 55,7 bilhões em 2013, um aumento de 106% em relação a 2012. O valor total foi impulsionado por três megafusões.

Segundo a EY, no entanto, essa expansão foi impulsionada por um grupo pequeno de empresas em fase comercial, o que aumenta a urgência para o resto da indústria alcançar uma maior eficiência em seus esforços de desenvolvimento de novos medicamentos.

As companhias de centros de biotecnologia nos Estados Unidos, Europa, Canadá e Austrália geraram receitas de US$ 98,8 bilhões, um aumento de 10% em relação a 2012; todo esse crescimento veio de 17 empresas líderes comerciais, baseadas nos Estados Unidos.

Caspar Bart VanRijnbach, diretor executivo da EY, destaca que ainda é restrito o financiamento para as empresas. “Há uma grande dificuldade em capturar financiamentos e ter maior acesso ao mercado, pois há grande dificuldade de se mostrar a criação de valor”, destaca.

O investimento em pesquisa e desenvolvimento também teve forte recuperação, com aumento de investimentos de 14% em relação a 2012 — só nos EUA, a expansão foi de 20%. Desde o início da crise financeira global, essa é a primeira vez que o crescimento de pesquisa e desenvolvimento ultrapassou o crescimento da receita.

“O processo de pesquisa e desenvolvimento é demorado e nem sempre eficiente. Poucas vezes as empresas conseguem mostrar valor durante o processo. Para capturar mais valor, seria necessário demonstrar maior eficiência”, destaca Caspar Bart VanRijnbach. O estudo da EY destaca três estratégias para evidenciar a captura de valor: medicina de precisão, experiências clínicas adaptativas e colaborações pré-competitivas.

O especialista da EY destaca que, no Brasil, o governo está investindo pesado no setor de biotecnologia, mas as empresas também encontram dificuldades para captura de financiamento privado.



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