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Produção de veículos perde força em outubro


Com um ritmo de vendas mais baixo, em um cenário de crédito mais restrito, e estoques elevados, as montadoras decidiram desacelerar a produção nas linhas de montagem depois de meses de forte atividade.

Em outubro, as fábricas produziram 323,7 mil unidades, 2,5% menos do que no mês anterior e praticamente estável (0,5%) em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados pela Anfavea (associação das montadoras) nesta quarta-feira (6).

No ano, o setor acumula alta de 12,4% (3,17 milhões de unidades). No segundo semestre a produção vem sendo sustentada pelo segmento de caminhões e pela recuperação das exportações. A alta do dólar e o bom desempenho de mercados compradores, em especial a Argentina, ajudam a impulsionar os números para níveis acima do previsto.

VENDAS
Em outubro, as vendas ao exterior somaram 51,8 mil unidades, com 22,9% de aumento e elevaram o desempenho acumulado no ano para avanço de 30,6%. A previsão é encerrar o ano com um volume 20% superior ao de 2012.

A substituição dos importados por produtos nacionais, na esteira do novo regime automotivo, também contribui para sustentar a atividade nas fábricas instaladas no Brasil neste ano. A participação dos estrangeiros caiu para 18,7% no acumulado até outubro, ante 20,7% em 2012.

No mercado interno, o cenário é de atenção. Afetadas pela maior seletividade dos bancos na concessão de crédito, as vendas caíram 3,3% em outubro na comparação com mesmo mês do ano passado, para 330,2 mil unidades.

No acumulado do ano, o volume (3,11 milhões) é 0,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2012, número que reforça temores de que o setor enfrente a primeira queda anual desde 2003. A Anfavea estima um crescimento de 1% a 2% no ano.

POSSÍVEL RETOMADA
A aposta das montadoras para garantir uma retomada mais expressiva nos negócios nos dois últimos meses é a retomada das operações de leasing, que poderão servir como uma alternativa para driblar a restrição de crédito, já que tem um custo mais baixo.

Há quem acredite também numa antecipação de compras no final do ano para evitar preços mais altos de 2014, quando será revista a desoneração ao setor, em vigência desde maio do ano passado, e o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) será retomado.

Diante do cenário de desaceleração, o governo e representantes do setor já sinalizaram que a alíquota do imposto, programada para voltar ao patamar original a partir de janeiro, subirá menos que o previsto, assim como aconteceu com os produtos da linha branca.

 

Fonte: Folha/ Gabriel Baldochi



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