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Custo da mão de obra no segmento de produtos químicos de uso industrial subiu mais do que a inflação em 20 anos


Abiquim apresenta estudo sobre o custo total da mão de obra
com análise dos salários, encargos e gastos indiretos  

Com o objetivo de mapear o peso e o desdobramento dos custos relacionados à mão de obra no segmento de produtos químicos de uso industrial, a Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química apresenta o estudo: O Custo Total da Mão de Obra no Segmento de Produtos Químicos de Uso Industrial – CTMO, que acompanha as informações detalhadas sobre a composição e evolução dos salários e demais custos associados à contratação de mão de obra pelo segmento.

De 1994 a 2014, em termos nominais, o salário pago por empregado subiu 450,9% (ou 8,9% ao ano), quando medido em Reais. No mesmo período de análise, o custo total da mão de obra subiu 422,3% (ou 8,6% ao ano), passando de um valor nominal de R$ 2.577 por empregado para R$ 13.462. Para fins comparativos, os índices de preços ao consumidor apresentaram as seguintes variações de julho de 1994 a dezembro de 2014: IPC-FIPE +316,04%; INPC-IBGE +405,68%; e IPCA-IBGE +394,93%.

O custo total da mão de obra médio mensal por empregado subiu 9,96% no último ano, passando de R$ 12.243 em 2013 para R$ 13.462 em 2014. Na mesma comparação, o salário pago por empregado, que foi de R$ 6.612, na média, em 2014, teve elevação de 7,51%, sobre o resultado médio de 2013, que havia sido de R$ 6.150.

Segundo o estudo, o custo total da mão de obra (CTMO) no segmento de produtos químicos de uso industrial é o dobro do salário pago no Brasil. O que as empresas não pagam como salário direto ao trabalhador, acabam pagando por meio de encargos e outros gastos indiretos (transporte, alimentação, creche, assistência médica, previdência privada e assim por diante). Em 2014, os salários pagos representaram 49% do total do custo da mão de obra, enquanto os outros pagamentos em dinheiro, que incluem a participação nos lucros e resultados, tiveram um peso de 16%, os encargos sociais pagos ao governo representaram 24% e os benefícios, como transporte, alimentação, creche, assistência médica, previdência privada, entre outros, ficaram com 11%.

Comparações internacionais
O trabalho também apresenta informações do Bureau of Labor Statistics, dos Estados Unidos, com comparativos sobre os custos da mão de obra na indústria química em 19 países. Em dólares por hora, a Noruega liderava a lista em 2012 (último dado disponível), com o custo mais elevado de US$ 71,94/hora, enquanto o México apresentava o menor custo entre os países analisados, com US$ 9,91/hora. Já a indústria química brasileira pagava, em 2012, US$ 27,16/hora, o que colocava o País na 11ª colocação no ranking da agência americana. Ainda segundo o Bureau of Labor Statistics, o Brasil é o segundo país em que os encargos trabalhistas têm maior representação percentual no custo total da mão de obra, com 32,8%. O País perdia apenas para a Suécia onde os encargos trabalhistas representavam 33,4% dos custos totais.

O estudo O Custo Total da Mão de Obra no Segmento de Produtos Químicos de Uso Industrial – CTMO foi produzido pela Equipe de Economia e Estatística da Abiquim e têm como base informações de cerca de 40 empresas químicas, que empregam por volta de 40 mil profissionais. Essa amostra cobre aproximadamente 40% do universo total de pessoas ocupadas no segmento de produtos químicos de uso industrial, estimado em 125 mil pessoas no País. Para as empresas fabricantes de produtos químicos de uso industrial, o CTMO representa entre 10% e 12% do faturamento líquido. Além disso, a área de produção compõe 45%-55% das pessoas empregadas pelo segmento. As informações referentes ao CTMO divulgadas na pesquisa consideram o efetivo total de empregados da empresa, o que inclui tanto a área administrativa quanto produção.

Os produtos químicos de uso industrial representam aproximadamente 50% do total da indústria química brasileira. Vale acrescentar que a indústria química não é intensiva em mão de obra, mas emprega pessoas com elevada escolaridade, o que confere à atividade salários bem acima da média da indústria como um todo.



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